Mais da metade dos brasileiros desconhece as formas de prevenção, sintomas ou consequências da doença
Você sabe o que é trombose venosa? Que consequências ela traz para a saúde? Como preveni-la? Essas foram três das várias questões respondidas por 1.008 brasileiros (acima de 16 anos) na pesquisa realizada pelo Instituto de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) com apoio da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular e da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
O objetivo foi medir o grau de conhecimento da população sobre o tromboembolismo venoso (TEV). "O que se evidenciou foi o que já sabíamos na prática: a maioria das pessoas não sabe o que é a trombose, muito menos suas consequências e como preveni-la", diz o presidente da SBACV, Dr. Guilherme Pitta.
Mesmo os 43% que disseram conhecer a doença, não estão a par dos sintomas ou formas de prevenção. No grupo de alto risco, 65% sabem o que é trombose, porém, 64% desconhecem os riscos de desenvolvê-la.
Ainda mais grave, a embolia é desconhecida por 78% dos entrevistados. Segundo o Dr. Guilherme Pitta, os resultados evidenciam que é preciso aumentar a conscientização da população acerca da doença para exigir a adoção de medidas preventivas e de redução da mortalidade.
O que é TEV
Porque o desconhecimento sobre a trombose preocupa tanto? Para se ter ideia, só entre os anos de 2008 e 2010, o número de internações por TEV foi superior a 86 mil, com uma taxa de mortalidade de 2,38%. Para agravar a situação, em 80% dos pacientes, ele é assintomático e tem difícil diagnóstico, fazendo com que mais da metade dos casos fatais tenham sido detectados apenas após o óbito. Por isso, é necessário que o profissional de saúde esteja apto a fazer exames específicos como o Doppler (que observa a circulação do sangue nos membros inferiores), e a flebografia (raio-X das veias após a injeção de contraste).
Termo utilizado para descrever o bloqueio do fluxo de sangue dentro de um vaso sanguíneo por um coágulo ou trombo, o TEV engloba a trombose venosa profunda (TVP) e a embolia pulmonar. A primeira ocorre quando o trombo se forma em uma veia profunda da perna, coxa ou pelve, podendo levar a complicações graves como a embolia pulmonar. Esta representa um bloqueio da artéria pulmonar em função de coágulos que cai da circulação e ganham os pulmões, sendo, muitas vezes, fatal.
O Dr. Pitta explica que sintomas como dor, inchaço e aumento da temperatura local, principalmente nos membros inferiores, podem sinalizar trombose. Já na embolia, a dificuldade de respiração, dor no peito e batimentos cardíacos acelerados são manifestações comuns. "Atento a isso, o médico pode usar anticoagulantes e/ou meias de compressão venosa", cita a Dra. Ana Rocha, pneumologista e professora colaboradora da UFB.
Cerca de 41% dos brasileiros têm alto risco de desenvolver trombose, apresentando fatores como: idade superior a 40 anos, obesidade, varizes nas pernas, gravidez, pós-parto, câncer, AVC, traumatismo nos membros inferiores, doenças crônicas e agudas, uso de contraceptivos orais, tratamentos hormonais, fraturas ósseas. Os riscos se elevam quando o paciente é submetido à cirurgia, pois permanece imóvel por um longo período.
Conscientização
A partir da pesquisa, a conscientização da população torna-se essencial. O grupo Sanofi-aventis, além de pesquisas científicas, vem desenvolvendo junto a sociedades médicas um programa de educação continuada, o "TEV Safety Zone". A iniciativa, no Brasil desde 2007 e já implantada em 126 hospitais, objetiva auxiliar os profissionais de saúde (por meio de palestras), a transformar os hospitais em pontos específicos de prevenção, detecção de pacientes de risco e tratamento.
"Para reduzirmos a prevalência da doença nos hospitais, é essencial criar Comissões de Prevenção do TEV, da mesma forma que já existem as Comissões de Controle de Infecção Hospitalar", diz a Dra. Ana Rocha, coordenadora do estudo para a implantação do programa no Brasil.
Com o mesmo objetivo, foi criada a Primeira Diretriz Brasileira para Prevenção de Tromboembolismo Venoso em Pacientes Clínicos, pelo Grupo de Estudo em Trombose e Hemostasia, em parceria com 12 sociedades médicas e apoio da Sanofi-aventis. Publicado em 2007 no site da Associação Médica Brasileira (http://www.amb.org.br), o trabalho visa identificar os pacientes com risco de TEV para atendê-los de forma mais eficaz.
Prevenção
"É essencial criar Comissões de Prevenção do TEV na rede hospitalar"
Ana Rocha
Professora do Serviço de Pneumologia do Hospital Universitário da UFB
Como evitar:
> Faça caminhadas regularmente;
> Movimente os pés como se estivesse pedalando quando estiver sentado por muito tempo;
> Tente andar durante o período em que permanecer de pé;
> Consulte o médico quando for fazer viagens de longa distância;
> Faça movimentos nos pés e nas pernas quando estiver acamado;
> Evite fumar, exercite-se e controle o peso;
> Consulte o médico quando para uso de hormônios se houver histórico de trombose na família;
> Use meias de contenção se o tornozelo inchar com frequência
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Leia com atenção:
Comentem as matérias, façam sugestões, elogios ou mesmo reclamações, troquem idéias, este é o lugar para opinar!
Aviso aos comentaristas: Todo e qualquer tipo de comentário contendo ataques pessoais, expressões chulas e/ou ofensivas será sumariamente DELETADO.
Obs.: Este blog é um espaço amplo e democrático com o qual colaboram pessoas com diferentes visões. As matérias aqui publicadas refletem única e exclusivamente o ponto de vista dos seus autores, não necessariamente a opinião do proprietário.