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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Psoríase gera preconceito

Estudo analisa o estigma sofrido pelos portadores de psoríase. Nordestinos
demonstram preconceito acima da média


Os números falam por si. 87% dos entrevistados demonstraram que teriam reações negativas diante de casos de psoríase moderada à grave: 19% admitiram nojo, 17% pena e 13% medo. Quando o assunto é mercado de trabalho, o preconceito fica ainda mais evidenciado: 83% disseram que não contratariam um profissional para trabalhar em sua casa que estivesse em estado moderado/grave da psoríase; 84% não contratariam um portador da doença para atuar em nível gerencial

Posturas ainda mais estigmatizadas foram evidenciadas no quesito socialização. 87% dos entrevistados disseram que não entrariam em uma piscina caso um portador da doença estivesse no local. 89% não comeriam uma refeição preparada por alguém com psoríase. Um único ponto positivo do questionário: 72% disseram que seriam amigos de portadores de psoríase.


Os dados são relativos ao posicionamento dos nordestinos (moradores de Recife e Salvador) na pesquisa desenvolvida pela Janssen-Cilag Farmacêutica e realizada pelo Ibope, que ouviu 602 pessoas (acima de 20 anos) de 8 capitais do país.

O objetivo principal do estudo foi entender o estigma sofrido pelos portadores de psoríase, doença imunológica crônica que causa inflamações e manchas na pele no formato de placas avermelhadas (principalmente no couro cabeludo, cotovelos e joelhos) e que pode atingir 4 milhões de brasileiros.

Os entrevistados opinaram com base em dois quadros de fotos que retratavam portadores de psoríase (não identificados) nos estágios leve e moderado/grave da doença. Os entrevistados questionaram sobre situações do cotidiano, incluindo perguntas sobre as relações interpessoais (afetivo, profissional ou de amizade) com portadores de psoríase.

Comorbidades

Os números das demais regiões são próximos aos dos entrevistados na região Nordeste. A pesquisa mostrou que 2/3 dos entrevistados nunca ouviram falar sobre a doença ou afirmaram que ela é rara, contagiosa e que tem cura. Os resultados demonstram o grande desconhecimento da população brasileira sobre a doença que atinge até 3% da população mundial.

A psoríase está associada a casos de depressão e comorbidades frequentes. Segundo dados do Consenso Brasileiro de Psoríase, até 60% dos portadores sofrem de depressão. "Esses índices mostram o quanto os pacientes sofrem com o estigma da doença. Por desconhecimento, essas pessoas são vítimas de preconceito", diz a dermatologista Lúcia Arruda, chefe do serviço de dermatologia do Hospital Universitário da PUC Campinas (São Paulo).

Fique por dentro

Intolerância do sistema imunológico

Causada por uma intolerância do sistema imunológico a componentes do próprio organismo, a psoríase faz com que o portador apresente uma produção desordenada de alguns tipos de células da pele, inflamações, manchas avermelhadas e placas que podem até sangrar (couro cabeludo, cotovelos, joelhos ). Pode atingir o corpo todo quando se enquadra nos casos de moderados a graves.

A doença imunológica crônica atinge indistintamente homens e mulheres, sendo mais frequente em pessoas de etnia branca. Pode se manifestar em qualquer fase da vida, mas costuma ser mais comum na faixa etária dos 15 aos 35 anos.

Estima-se que 3% da população mundial têm psoríase, sendo que 25% dos casos são considerados moderados e graves. No Brasil, a doença pode atingir cerca de 4 milhões de pessoas. Mesmo assim, a maioria da população desconhece o problema e suas consequências. A doença está associada a casos de depressão, suicídio e comorbidades frequentes (doenças inflamatórias do intestino, diabetes e obesidade)

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Por Marcos Silva